Tudo sobre insuficiência cardíaca grave: sintomas, causas, diagnóstico e tratamento

Dr. Fernando Figueira • June 1, 2023

problema precocemente e iniciar o tratamento antes que a situação piore, colocando em risco a vida do paciente.

Dada a seriedade e o potencial risco da insuficiência cardíaca, é crucial que os pacientes, familiares, pessoas com histórico familiar da doença, ou aqueles que estão em risco, entendam o que é essa condição, quais são os sintomas, como é feito o diagnóstico e quais são as opções de tratamento.



O que é a insuficiência cardíaca grave?

A insuficiência cardíaca grave consiste em uma alteração no miocárdio que impede o bombeamento correto e suficiente do sangue para o corpo.


Os sintomas da insuficiência cardíaca grave vão depender diretamente do tipo de ocorrência, pois ela pode se apresentar de diferentes formas, como:

  • Insuficiência cardíaca crônica na qual o quadro se desenvolve gradualmente, geralmente por condições associadas, como a hipertensão arterial ou alterações anatômicas no órgão;
  • Insuficiência cardíaca descompensada, quando a condição crônica fica instável devido à falta de tratamento;
  • Insuficiência cardíaca congestiva, quando ocorre o acúmulo de líquidos nos pulmões, pernas e abdômen devido à má circulação sanguínea;
  • Insuficiência cardíaca grave, quando ocorre necessidade de internamentos frequentes por piora da insuficiência cardíaca e, a despeito de medicamentos e orientações, o paciente não mais consegue ter alta hospitalar.


Antes de conhecer quais são os sintomas da insuficiência cardíaca grave, entretanto, é importante entender como funciona o coração e quais são os tipos de insuficiência que podem acometê-lo.


O coração é formado por dois ventrículos, o esquerdo e o direito, dois átrios, esquerdo e direito, artéria aorta e artéria pulmonar.


O lado esquerdo do coração, juntamente com a artéria aorta, é responsável pelo bombeamento do sangue com oxigênio para o corpo, nutrindo as células.


O lado direito do coração bombeia o sangue para os pulmões por meio da artéria pulmonar, garantindo a absorção de oxigênio.


A insuficiência cardíaca grave refere-se ao coração que não consegue desempenhar uma ou ambas as funções corretamente. A patologia pode se manifestar como:

  • Insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFER – ou sistólica): consiste na incapacidade de ejeção do sangue para os tecidos devido a alterações na contração do músculo cardíaco;
  • Insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEP – ou diastólica): refere-se a problemas no relaxamento do coração, deixando o músculo enrijecido, o que prejudica a capacidade de se encher de sangue, ainda que a ejeção esteja adequada.


Em ambos os casos, o resultado é que o sangue se acumula na região, como nos pulmões, veias ou ambos, comprometendo a circulação sanguínea.



Quais são as causas da insuficiência cardíaca?

As causas da insuficiência cardíaca são diversas, sendo que algumas são modificáveis pelo paciente e outras não.


O paciente acometido por algumas cardiopatias está mais propenso a casos de insuficiência cardíaca grave. Entre elas estão:

  • Doença arterial coronariana, com obstrução parcial do fluxo sanguíneo até uma obstrução total (infarto);
  • Miocardite (inflamação do músculo cardíaco);
  • Infarto prévio;
  • Alterações na conexão entre as câmaras cardíacas, como em caso de defeito do septo ventricular;
  • Valvulopatias;
  • Distúrbios que acometem o sistema elétrico do coração;
  • Distúrbios que enrijecem o coração;
  • Histórico familiar de cardiopatias.


Além das alterações no funcionamento do coração em si, outras condições de saúde podem favorecer o desenvolvimento da insuficiência cardíaca, como: alguns distúrbios genéticos, hipertensão arterial, diabetes, insuficiência renal, distúrbios da tireoide, dislipidemia e anemia crônica.


Há ainda fatores comportamentais e ambientais, como uso de alguns tipos de medicamentos, como os quimioterápicos, ingestão de toxinas, como bebidas alcoólicas, tabagismo, sedentarismo e alimentação inadequada. 



Sintomas da insuficiência cardíaca grave

Os sintomas da insuficiência cardíaca grave podem variar bastante, dependendo do quão séria é a doença e de quais problemas específicos de saúde o paciente está enfrentando. Em geral, os sintomas tendem a piorar à medida que o paciente envelhece.


Um estudo da American Heart Association de 2019 confirmou que a incidência de insuficiência cardíaca aumenta com a idade. De fato, a maioria das pessoas hospitalizadas pela condição tem 65 anos ou mais.


O que torna esse quadro especialmente desafiador é que seus sintomas podem surgir lentamente, ao longo do tempo. Isso significa que as pessoas muitas vezes não associam os sintomas que estão enfrentando a um problema de coração. Os sintomas da insuficiência cardíaca podem incluir:

  • Falta de ar ao realizar atividades mais exaustivas e, progressivamente, em práticas cotidianas, como caminhar ou carregar peso e até em repouso;
  • Fadiga crônica que, em estágios mais avançados, ocorre mesmo em repouso;
  • Acúmulo de líquidos (edema) e inchaço nas pernas, especialmente ao final do dia;
  • Dor ou desconforto no peito, que se manifesta como aperto ou queimação;
  • Tosse seca, principalmente durante a noite;
  • Palpitação ou sensação de coração acelerado;
  • Calafrios;
  • Tonturas e desmaios;
  • Palidez ou coloração azulada na pele nas extremidades;
  • Confusão mental e prejuízo da memória.


Em idosos, os sintomas da insuficiência cardíaca grave podem ser mais variados, incluindo sonolência e desorientação.


Em casos de insuficiência cardíaca grave em estágio avançado, o paciente pode começar a apresentar a respiração de Cheyne-Stokes, que consiste em períodos curtos no qual o paciente para de respirar seguindo-se uma respiração mais rápida e profunda.


A respiração de Cheyne-Stokes ocorre devido à redução do fluxo sanguíneo nas regiões do cérebro responsáveis pela respiração.


Outra ocorrência associada à quadros avançados da condição é o edema pulmonar devido ao acúmulo de líquidos na região.


Além de dificuldade respiratória extrema, a condição inclui sintomas como pele azulada, inquietação, ansiedade e asfixia.


É possível ainda que haja a formação de coágulos sanguíneos nas câmaras do coração quando houver lesão ou comprometimento da função.


Em alguns casos, os sintomas incluem depressão devido às alterações hormonais que consistem em uma tentativa do corpo de compensar a disfunção cardíaca.


É comum que em quadros iniciais de insuficiência cardíaca o paciente apresente poucos sintomas e com manifestações leves, sendo que um sinal de alerta costuma ser a intensificação desses incômodos, principalmente quando houverem manifestações mesmo durante o repouso.


A insuficiência cardíaca grave também é uma forma de enquadrar eventos agudos e súbitos, como o próprio infarto do miocárdio.


Nesse caso, a progressão dos sintomas ocorre em poucos dias, com aumento da falta de ar, sensação de cansaço, formigamento e dormência no braço esquerdo e dor no peito que se manifesta como aperto ou queimação e que pode irradiar para pescoço, costas, braços e abdômen.


É importante explicar detalhadamente a manifestação da dor ao médico e quais são os sintomas associados, uma vez que os sinais do infarto são frequentemente confundidos com a dor estomacal intensa.


Quanto mais cedo os sintomas da insuficiência cardíaca grave são identificados pelo paciente e o auxílio médico acionado, menores as chances de manifestações mais graves e complicações.


Idealmente, homens e mulheres devem fazer acompanhamento cardiológico precoce, especialmente se compõem o grupo de risco para doenças cardíacas.



Diagnóstico da insuficiência cardíaca grave

O diagnóstico é baseado inicialmente nos sintomas da insuficiência cardíaca grave que são informados pelo paciente durante a anamnese.


Além disso, entretanto, podem ser solicitados exames que permitam confirmar o diagnóstico e detalhá-lo, como identificando a gravidade do quadro, tipo de insuficiência cardíaca e área do coração acometida. São alguns exames que auxiliam a etapa diagnóstica:

  • Radiografia do tórax;
  • Eletrocardiograma em repouso (ECG);
  • Ecocardiograma;
  • Prova de esforço (estresse);
  • Exames de sangue;
  • Tomografia computadorizada;
  • Ressonância magnética (RM);
  • Cateterismo cardíaco com angiografia.


A definição de qual o método diagnóstico mais apropriado depende diretamente da avaliação médica especializada do caso, incluindo: intensidade dos sintomas, idade do paciente, histórico médico e outros.


O diagnóstico precoce é viável mesmo quando o paciente ainda não apresenta sintomas da insuficiência cardíaca grave.


Nesses casos, é possível iniciar um tratamento preventivo bem como mudanças no estilo de vida que minimizem as chances de agravamento da condição cardíaca identificada.



Tratamento da insuficiência cardíaca grave

A definição do tratamento da insuficiência cardíaca grave varia conforme a gravidade do caso, complicações associadas, sintomas e idade do paciente.



Estilo de vida

Independentemente do caso, é comum que o paciente receba orientações relacionadas ao estilo de vida, tendo em vista a melhora do bem-estar e sobrevida.

Essas mudanças são benéficas em pacientes com risco cardíaco elevado ou mesmo para pessoas com predisposição de desenvolver insuficiência cardíaca. Algumas recomendações incluem:

  • Interromper o tabagismo;
  • Reduzir o consumo de bebidas alcóolicas;
  • Praticar atividades físicas regularmente;
  • Ter uma alimentação balanceada com redução do consumo de sal, açúcar e gorduras;
  • Fazer controle do peso.


Tais mudanças visam um estilo de vida mais saudável, o que favorece a saúde não apenas do coração, mas do organismo como um todo.



Medicamento

Existem diversas opções de terapias medicamentosas que podem ser prescritas pelo médico para aliviar a manifestação dos sintomas cardíacos e também para melhorar a sobrevida do paciente.


Alguns pacientes demandam terapia medicamentosa continua, como aqueles com infarto prévio, sendo indispensável o acompanhamento regular com cardiologista.



Terapias não-medicamentosas

Em geral, as terapias não-medicamentosas podem ser combinadas com uso de medicamentos para cardiopatias. Essas são indicações muito específicas e que dependem de avaliação cardíaca individual. Algumas condutas incluem:

  • Cardioversor desfibrilador implantável (CDI) – dispositivo que faz o monitoramento constantemente do ritmo cardíaco, aplicando o tratamento automaticamente quando identifica arritmias;
  • Terapia de ressincronização cardíaca – dispositivo implantável de coração que emite pulsos elétricos para sincronizar o ritmo das câmaras inferiores;
  • Suporte circulatório mecânico – consiste em bombas mecânicas acopladas ao coração para auxiliar ou substituir a função da bomba cardíaca comprometida pela insuficiência, mantendo o fluxo de sangue adequado.


As terapias para tratamento da insuficiência cardíaca grave podem ser usadas para restaurar a saúde do paciente, para intermediar um período crítico até estabilização do quadro, para estabilizar o quadro até um transplante cardíaco e outras funções, a depender do caso.



Cirurgia cardíaca

Existem diferentes tipos de cirurgia cardíacas que viabilizam restaurar a função cardíaca do paciente em casos de insuficiência cardíaca grave, como em alterações valvulares e outras. Incluem-se entre as cirurgias cardíacas: 

  • Cirurgia Valvar: Esta cirurgia visa reparar ou substituir as válvulas do coração que estão danificadas ou não funcionam corretamente. As válvulas do coração têm a importante função de permitir que o sangue flua em apenas uma direção através do coração. Quando elas não funcionam adequadamente, levam a sintomas de insuficiência cardíaca.
  • Cirurgia de Revascularização Miocárdica (Ponte de Safena): Essa cirurgia é feita para melhorar o fluxo sanguíneo para o coração. Durante o procedimento, o cirurgião usa um vaso sanguíneo de outra parte do corpo para criar um "desvio" ou "ponte" em torno das artérias coronárias bloqueadas. Isso ajuda a restaurar o suprimento de sangue adequado para o coração.
  • Cirurgia da Aorta: A aorta é a maior artéria do corpo e é responsável por levar o sangue rico em oxigênio do coração para o resto do corpo. 
  • Implante de Marcapassos e Cardiodesfibriladores: Esses dispositivos são implantados no corpo para ajudar a regular o ritmo do coração. Um marcapasso pode ser usado se o coração estiver batendo muito lentamente, enquanto um cardiodesfibrilador pode ser usado se o coração estiver batendo de forma irregular ou muito rápido. Ambos podem ajudar a prevenir complicações graves da insuficiência cardíaca, como uma parada cardíaca.


A indicação de cada uma dessas condutas depende sempre da avaliação especializada, considerando também os sintomas da insuficiência cardíaca grave.



Transplante cardíaco

Para casos de insuficiência cardíaca grave e irreversível, o cirurgião cardiovascular pode recomendar a realização do transplante cardíaco.


Existem diferentes critérios avaliados em bons candidatos para transplante cardíaco, incluindo estado geral de saúde, idade, gravidade e irreversibilidade da patologia cardíaca e outros.


Dadas as diferentes opções de tratamento para insuficiência cardíaca grave será sempre necessário que haja uma avaliação individualizada considerando as especificidades do caso.


Também pode ser indicado recorrer ao cirurgião cardiovascular para uma segunda opinião médica, com avaliação da recomendação inicial, especialmente se envolver procedimentos cirúrgicos de alta complexidade.



Prevenção da insuficiência cardíaca grave

A insuficiência cardíaca grave nem sempre pode ser evitada, especialmente quando relacionada a outras condições cardíacas e doenças em geral.


Entretanto, as chances de desenvolver a condição são significativamente menores para pessoas que, mesmo com predisposição, adotam medidas preventivas.


A prevenção da insuficiência cardíaca grave está relacionada principalmente a manutenção de um estilo de vida saudável e equilibrado, com cuidados como:

  • Praticar exercícios físicos regularmente;
  • Não fazer uso de substâncias tóxicas, incluindo tabaco e álcool;
  • Ter uma alimentação balanceada, priorizando a presença de vegetais, legumes, frutas, hortaliças, grãos, óleos saudáveis e cereais integrais;
  • Manter um sono de qualidade e investigar caso haja distúrbios do sono, como ronco, apneia e insônia;
  • Manter-se dentro do peso ideal, melhorando o IMC;
  • Diagnosticar, tratar e monitorar doenças que possam causar alterações cardíacas, como hipertensão, distúrbios da tireoide, diabetes e outras.


Além das orientações relacionadas aos fatores de risco modificáveis, o que inclui diferentes aspectos dos hábitos de vida, recomenda-se ainda que seja feito o acompanhamento médico regular para evitar agravamento ou complicação do caso.


A promoção da saúde geral do paciente é a melhor aliada à saúde cardíaca, sendo possível alcançá-la com cuidados diários associados à alimentação, descanso e condicionamento físico. 


A assistência cardiológica é importante para todas as pessoas e, quando precoce e preventiva, melhores são as chances de prognósticos favoráveis.


Pacientes com cardiopatias diagnosticadas ou mesmo em caso de sintomas da insuficiência cardíaca grave é fundamental ter o acompanhamento de profissionais capacitados e experientes.


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By Fernando Figueira March 31, 2025
A medicina está passando por uma revolução silenciosa, e a inteligência artificial (IA) é uma das protagonistas dessa transformação. Na cirurgia cardiovascular, área que lida com alguns dos procedimentos mais complexos e delicados do corpo humano, a IA está trazendo avanços que pareciam ficção científica há poucos anos. Desde o planejamento pré-operatório até a recuperação pós-cirúrgica, a tecnologia está ajudando a salvar vidas, reduzir complicações e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Neste artigo, vamos explorar como a IA está sendo aplicada na cirurgia cardiovascular, os benefícios já observados e o que esperar para o futuro. Planejamento cirúrgico com precisão milimétrica Um dos maiores desafios da cirurgia cardiovascular é o planejamento preciso de cada procedimento. A IA está revolucionando essa etapa ao analisar imagens médicas, como angiotomografias e ressonâncias magnéticas, com uma precisão impressionante. Algoritmos de IA conseguem mapear a anatomia do coração e dos vasos sanguíneos em detalhes, identificando áreas de risco, como placas ateroscleróticas ou malformações. Isso permite que o cirurgião planeje a abordagem mais segura e eficaz, reduzindo o tempo de cirurgia e os riscos de complicações. Por exemplo, em procedimentos como a colocação de stents ou a reparação valvar, a IA pode simular diferentes cenários e prever os resultados de cada abordagem, ajudando a equipe a escolher a melhor estratégia. Cirurgia robótica e assistida por IA A cirurgia robótica já é uma realidade em muitos centros de excelência ao redor do mundo, e a IA está tornando esses procedimentos ainda mais precisos. Robôs cirúrgicos, guiados por algoritmos de IA, permitem movimentos mais delicados e precisos do que as mãos humanas, especialmente em áreas de difícil acesso. Em cirurgias cardíacas minimamente invasivas , como a revascularização miocárdica ou a troca valvar, a IA ajuda a guiar os instrumentos com base em dados em tempo real, reduzindo o risco de danos aos tecidos circundantes. Além disso, sistemas de IA podem alertar o cirurgião sobre possíveis complicações durante o procedimento, como sangramentos ou alterações na pressão arterial. Monitoramento pós-operatório inteligente A recuperação pós-cirúrgica é uma fase crítica, e a IA está transformando a forma como monitoramos os pacientes. Dispositivos vestíveis (wearables) e sensores conectados à IA podem acompanhar sinais vitais, como frequência cardíaca, pressão arterial e níveis de oxigênio, em tempo real. Esses sistemas são capazes de detectar anomalias, como arritmias ou sinais de infecção, antes que se tornem problemas graves. Em alguns casos, a IA pode até sugerir ajustes na medicação ou no plano de recuperação, personalizando o cuidado para cada paciente. Um exemplo prático é o uso de algoritmos de IA para prever a ocorrência de fibrilação atrial pós-operatória, uma complicação comum após cirurgias cardíacas. Com essa informação, a equipe médica pode tomar medidas preventivas, como ajustes na medicação anticoagulante. Personalização do tratamento Cada paciente é único, e a IA está ajudando a criar planos de tratamento personalizados. Ao analisar grandes volumes de dados, como histórico médico, exames de imagem e até informações genéticas, a IA pode prever como um paciente responderá a diferentes tratamentos ou procedimentos. Por exemplo, em casos de insuficiência cardíaca, a IA pode ajudar a determinar se o paciente se beneficiaria mais de uma cirurgia de revascularização, de um dispositivo de assistência ventricular ou de um transplante cardíaco. Essa personalização não só melhora os resultados, mas também reduz custos e otimiza o uso de recursos hospitalares. Desafios e futuro Apesar dos avanços, o uso da IA na cirurgia cardiovascular ainda enfrenta desafios. Questões éticas, como a privacidade dos dados e a responsabilidade em caso de erros, precisam ser cuidadosamente discutidas. Além disso, a integração dessas tecnologias requer treinamento e adaptação por parte das equipes médicas. No entanto, o futuro é promissor. Tendências como a integração da IA com realidade aumentada e impressão 3D estão no horizonte, prometendo procedimentos ainda mais precisos e menos invasivos. Imagine um cirurgião usando óculos de realidade aumentada para visualizar, em tempo real, a anatomia do coração sobreposta ao paciente, com orientações da IA para cada movimento. A inteligência artificial já está transformando a cirurgia cardiovascular, trazendo mais precisão, segurança e personalização para os procedimentos. Enquanto os desafios existem, os benefícios são inegáveis, e o potencial para o futuro é imenso. Como profissionais da saúde, é nosso papel acompanhar essas inovações e garantir que sejam usadas de forma ética e eficaz para o benefício dos pacientes. A tecnologia não substitui o conhecimento e a experiência humana, mas certamente pode ampliá-los, ajudando a salvar mais vidas e a melhorar a qualidade do cuidado. Se você é um colega da área ou um paciente curioso sobre o futuro da medicina, continue acompanhando o blog para mais atualizações sobre os avanços que estão moldando a cirurgia cardiovascular. O futuro já começou, e ele é fascinante.
By Fernando Figueira March 24, 2025
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By Fernando Figueira February 21, 2025
A saúde cardiovascular é um tema que ganha cada vez mais relevância, especialmente quando falamos de doenças coronárias. Como cirurgião cardiovascular com vasta experiência em procedimentos coronários, vejo diariamente como a idade influencia o desenvolvimento e o tratamento dessas condições . Neste artigo, vou explorar a relação entre a incidência de doenças coronárias e a idade, além de discutir os tratamentos mais modernos e eficazes disponíveis hoje. A Influência da Idade nas Doenças Coronárias As artérias coronárias são responsáveis por levar oxigênio e nutrientes ao músculo cardíaco. Com o passar dos anos, é natural que essas artérias sofram alterações, como o acúmulo de placas de gordura (aterosclerose), que podem levar ao estreitamento ou bloqueio do fluxo sanguíneo. Estudos mostram que a incidência de doenças coronárias aumenta significativamente após os 45 anos em homens e 55 anos em mulheres. Isso ocorre devido a uma combinação de fatores, como envelhecimento vascular, diminuição da elasticidade das artérias e maior predisposição a condições como hipertensão, diabetes e colesterol alto. No entanto, é importante ressaltar que a idade não é um destino imutável. Com cuidados preventivos e tratamentos adequados, é possível manter a saúde coronária mesmo em idades mais avançadas. Tratamentos Modernos para Doenças Coronárias Como especialista em cirurgia cardiovascular, tenho acompanhado de perto os avanços no tratamento das doenças coronárias. Hoje, contamos com opções que vão desde procedimentos minimamente invasivos até cirurgias mais complexas, dependendo do caso. Abaixo, destaco as principais abordagens: 1. Angioplastia Coronária com Stent Um dos tratamentos mais comuns para desobstruir artérias coronárias é a angioplastia. Nesse procedimento, um cateter com um balão é inserido na artéria bloqueada para expandi-la, e um stent (uma pequena malha metálica) é colocado para manter o vaso aberto. Esse método é especialmente eficaz em pacientes com bloqueios moderados e pode ser realizado com técnicas minimamente invasivas. 2. Cirurgia de Revascularização Miocárdica (Ponte de Safena) Para casos mais graves, onde há múltiplos bloqueios ou artérias muito danificadas, a cirurgia de revascularização miocárdica, popularmente conhecida como "ponte de safena", é a opção mais indicada. Nesse procedimento, utilizamos enxertos de veias ou artérias do próprio paciente para criar um desvio (bypass) que contorna o bloqueio, restabelecendo o fluxo sanguíneo adequado ao coração. Essa é uma cirurgia que realizo com frequência e que tem altas taxas de sucesso, mesmo em pacientes idosos. Tratamentos Clínicos e Preventivos Além dos procedimentos cirúrgicos, é fundamental adotar um tratamento clínico personalizado, que inclui medicamentos para controle de pressão arterial, colesterol e diabetes, além de mudanças no estilo de vida, como dieta balanceada, exercícios físicos regulares e abandono do tabagismo. Essas medidas são essenciais tanto para prevenir o avanço da doença quanto para garantir uma recuperação eficaz após a cirurgia. Recuperação Pós-Cirurgia A evolução tecnológica tem revolucionado a cirurgia cardiovascular, permitindo procedimentos mais precisos e seguros. Hoje, utilizamos técnicas como a cirurgia robótica e a cirurgia minimamente invasiva, que reduzem o tempo de recuperação e os riscos associados, especialmente em pacientes idosos. Além disso, a recuperação pós-cirúrgica é uma fase fundamental, e investimos em protocolos de reabilitação cardíaca personalizados, que incluem monitoramento contínuo, exercícios supervisionados e ajustes medicamentosos. Esses cuidados garantem que o paciente retome suas atividades com segurança e qualidade de vida, independentemente da idade. Como cirurgião, é gratificante ver a transformação na vida dos pacientes após esses procedimentos, e reforço que a medicina atual oferece ferramentas poderosas para enfrentar as doenças coronárias com sucesso. A Importância de um Acompanhamento Personalizado Cada paciente é único, e o tratamento das doenças coronárias deve ser adaptado às suas necessidades específicas. Em minha prática, priorizo uma abordagem multidisciplinar, trabalhando em conjunto com cardiologistas, nutricionistas e fisioterapeutas para garantir o melhor resultado possível. A idade pode ser um fator de risco, mas com os cuidados certos, é possível viver com qualidade mesmo após um diagnóstico de doença coronária. Se você ou alguém próximo está enfrentando problemas coronários, não hesite em buscar ajuda especializada. A medicina moderna oferece soluções eficazes, e a cirurgia cardiovascular tem um papel crucial nesse processo. Como cirurgião dedicado a essa área, estou à disposição para esclarecer dúvidas e oferecer o melhor tratamento para cada caso.
By Fernando Figueira January 30, 2025
Nos últimos anos, o uso de substâncias hormonais tem se tornado cada vez mais comum entre pessoas em busca de uma melhoria no bem-estar , performance física ou até na aparência . Entre essas substâncias, os hormônios são amplamente utilizados, seja em terapias de reposição hormonal, seja como suplementos para ganho de massa muscular ou controle de peso. Embora essas substâncias possam oferecer benefícios em algumas situações, o uso indiscriminado e sem acompanhamento médico pode acarretar sérios riscos à saúde , especialmente à saúde cardiovascular. O Uso de Esteroides Anabolizantes e Seus Efeitos no Coração Esteroides anabolizantes são amplamente conhecidos por sua capacidade de aumentar a massa muscular e melhorar o desempenho físico, sendo bastante populares entre atletas e pessoas que buscam melhorar a aparência corporal. No entanto, esses hormônios podem ter efeitos adversos significativos no sistema cardiovascular. O uso prolongado de esteroides pode levar ao aumento da pressão arterial, um fator de risco bem estabelecido para doenças cardíacas, como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC). Além disso, os esteroides podem alterar os níveis de colesterol, com o aumento do colesterol LDL (considerado “ruim”) e a redução do colesterol HDL (considerado “bom”). Essa alteração no perfil lipídico contribui para a formação de placas nas artérias, um processo conhecido como aterosclerose, que aumenta ainda mais o risco de problemas cardíacos. Outro risco importante do uso de esteroides anabolizantes é a possibilidade de desenvolvimento de arritmias cardíacas, distúrbios no ritmo do coração que podem ser fatais em alguns casos. A hipertrofia cardíaca, caracterizada pelo aumento do tamanho do coração, também é um efeito potencial dos esteroides, o que pode prejudicar a função do órgão e aumentar o risco de insuficiência cardíaca a longo prazo. Reposição Hormonal: Benefícios e Riscos Cardiovasculares A reposição hormonal é frequentemente indicada para mulheres na menopausa, com o objetivo de reduzir os sintomas dessa fase da vida, como ondas de calor, alterações de humor e perda de densidade óssea. Embora a terapia hormonal, que inclui estrogênio e progesterona, possa melhorar a qualidade de vida em muitas mulheres, ela não está isenta de riscos, especialmente no que diz respeito à saúde cardiovascular. Esse risco é maior em mulheres que iniciam a terapia após os 60 anos ou que possuem outros fatores de risco cardiovascular, como obesidade e hipertensão. Embora o estrogênio tenha sido associado a uma possível proteção contra doenças cardíacas em mulheres mais jovens, o uso indiscriminado ou sem acompanhamento médico pode reverter esses benefícios, especialmente no que diz respeito ao aumento da pressão arterial e alterações nos níveis de colesterol. A testosterona, que também é utilizada em homens para reposição hormonal, pode ter efeitos semelhantes, alterando os níveis de lipídios e favorecendo o aparecimento de doenças cardíacas.  A Importância do Acompanhamento Médico O uso de hormônios, seja para ganho de massa muscular, reposição hormonal ou outros fins, deve ser sempre orientado por um médico. A consulta médica é fundamental para avaliar os riscos individuais, levando em conta fatores como idade, histórico de doenças cardiovasculares, hábitos de vida e o uso de outros medicamentos. A automedicação, especialmente no caso de hormônios, pode ter consequências graves para a saúde cardiovascular e o bem-estar geral do indivíduo. Além disso, a utilização desses hormônios deve ser parte de um plano de saúde integral, que envolva uma alimentação balanceada, prática regular de atividades físicas e acompanhamento médico constante. O equilíbrio é a chave para garantir que os benefícios sejam aproveitados sem comprometer a saúde do coração. O uso de substâncias hormonais pode, de fato, trazer benefícios em algumas situações, mas também apresenta riscos significativos para a saúde cardiovascular. Seja para melhorar a performance física, para a reposição hormonal em casos de menopausa ou para o controle do peso, é essencial que qualquer terapia hormonal seja conduzida com acompanhamento médico adequado. Cuidar da saúde do coração deve ser uma prioridade em qualquer fase da vida. A conscientização sobre os riscos associados ao uso indiscriminado de hormônios é essencial para prevenir complicações e garantir um envelhecimento saudável e seguro. Se você está pensando em iniciar qualquer tipo de terapia hormonal, converse com um médico e certifique-se de que está tomando decisões informadas e responsáveis para sua saúde e bem-estar a longo prazo. Estudos têm mostrado que a terapia de reposição hormonal pode aumentar o risco de trombose, que é a formação de coágulos sanguíneos, que podem migrar para os pulmões (embolia pulmonar) ou para o cérebro (causando AVC).
By Fernando Figueira January 16, 2025
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By Fernando Figueira December 31, 2024
Nos últimos anos, o uso de cigarros eletrônicos, conhecidos como vapes, tornou-se uma tendência, especialmente entre os jovens. Vendidos como uma alternativa "mais segura" ao cigarro convencional, os vapes muitas vezes são subestimados quanto aos seus riscos. Contudo, pesquisas recentes têm demonstrado que o uso frequente de vapes pode ter impactos significativos na saúde cardiovascular, além de afetar outros órgãos. Este texto explora esses efeitos, utilizando dados científicos e exemplos práticos para alertar sobre os perigos desse hábito. Impactos na Saúde Cardíaca Um dos principais riscos do vape para o coração está relacionado à nicotina, presente em altas concentrações na maioria dos dispositivos. A nicotina é uma substância vasoconstritora, o que significa que ela reduz o diâmetro dos vasos sanguíneos, aumentando a pressão arterial e a frequência cardíaca. Estudos publicados no Journal of the American College of Cardiology indicam que o uso de vapes está associado a uma maior rigidez arterial, aumentando o risco de hipertensão, infarto do miocárdio e insuficiência cardíaca. Além disso, o vapor emitido pelos dispositivos contém compostos tóxicos, como aldeídos e metais pesados, que causam inflamação e estresse oxidativo no sistema cardiovascular. Essa combinação pode levar à formação de placas de gordura nas artérias, contribuindo para a aterosclerose, uma das principais causas de doenças coronarianas. Danos a Outros Órgãos Os problemas não param no coração. O uso de vapes também é prejudicial para outros órgãos como: Pulmões: Estudos mostram que o vapor pode causar inflamação pulmonar e aumentar o risco de doenças como bronquite e pneumonite. Cérebro: A nicotina afeta o sistema nervoso central, podendo levar à dependência e ao aumento de comportamentos de risco, especialmente em jovens. Fígado e rins: Metais pesados presentes no vapor, como cádmio e chumbo, podem se acumular nesses órgãos, prejudicando seu funcionamento ao longo do tempo. Um estudo de caso publicado em 2023 descreveu um jovem de 25 anos, usuário regular de vape, que apresentou dores no peito e falta de ar. Após exames, foi diagnosticado com miocardite, uma inflamação do músculo cardíaco, o miocárdio, que pode comprometer seriamente a capacidade do coração de bombear sangue adequadamente. Essa condição é geralmente associada a infecções virais, doenças autoimunes ou uso de substâncias tóxicas. Os líquidos utilizados no vape contêm nicotina, produtos químicos aromatizantes e outros componentes que, quando inalados, podem desencadear respostas inflamatórias no organismo. Acredita-se que as partículas químicas inaladas através do vape podem desencadear uma resposta imunológica exagerada no coração, levando à miocardite. Além disso, o estresse oxidativo gerado pelas substâncias do vape pode danificar as células do miocárdio, resultando em inflamação. Prevenção é o melhor caminho Evitar o uso de vapes é uma medida essencial para proteger a saúde do coração, especialmente para os mais jovens. Embora sejam frequentemente comercializados como uma alternativa "mais segura" ao cigarro convencional, os impactos do vape na saúde a longo prazo, incluindo no sistema cardiovascular, ainda estão sendo descobertos. Como cirurgião cardiovascular, ressalto a importância de adotar hábitos saudáveis e buscar orientação médica ao primeiro sinal de desconforto cardíaco. Lembre-se: o coração é um órgão essencial e merece cuidados especiais para uma vida longa e saudável. Se você utiliza vape e tem dúvidas sobre sua saúde cardíaca, agende uma consulta para avaliar sua condição e discutir as melhores opções para cuidar do seu coração.
By Fernando Figueira December 26, 2024
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By Fernando Figueira November 29, 2024
O avanço da tecnologia tem transformado a forma como monitoramos e cuidamos da saúde do coração. Desde dispositivos portáteis até soluções avançadas de inteligência artificial, as ferramentas modernas permitem diagnósticos mais rápidos e precisos, melhorando a qualidade de vida e prevenindo complicações graves, como infartos e arritmias. Neste artigo, abordaremos algumas das principais inovações em monitoramento cardíaco e como elas estão mudando o cuidado com a saúde.
By Fernando Figueira November 11, 2024
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By Fernando Figueira October 24, 2024
A substituição de válvulas cardíacas é uma das intervenções mais importantes e, ao mesmo tempo, complexas que podemos realizar para salvar vidas e melhorar a qualidade de vida de nossos pacientes. Para muitos, essa decisão vem acompanhada de uma escolha fundamental: optar por uma prótese biológica ou uma prótese mecânica? Próteses Biológicas As próteses biológicas são feitas a partir de tecidos animais, como de porcos ou vacas, e são tratadas para que possam ser utilizadas no corpo humano. Elas se comportam de maneira semelhante às válvulas naturais e oferecem a grande vantagem de não exigir que o paciente tome anticoagulantes regularmente. Isso faz com que sejam ideais para pessoas mais velhas ou para aquelas que têm um risco elevado de complicações com medicamentos anticoagulantes. Entretanto, as válvulas biológicas têm um tempo de vida limitado. Após cerca de 10 a 15 anos, pode ser necessário substituir a prótese, o que pode implicar em uma nova cirurgia. Próteses Mecânicas Já as próteses mecânicas são construídas com materiais extremamente duráveis, como metal e carbono, e podem durar a vida inteira. Elas são altamente recomendadas para pacientes mais jovens, que podem ter muitos anos de vida pela frente e que, portanto, não precisariam passar por uma nova cirurgia de troca valvular. No entanto, como essas válvulas não imitam os tecidos naturais, há um risco maior de formação de coágulos. Por isso, os pacientes que optam pela válvula mecânica precisam tomar anticoagulantes diariamente, monitorando sua coagulação de perto para evitar complicações. Qual a Melhor Escolha? Não há uma resposta universal para essa pergunta. A escolha entre uma válvula biológica ou mecânica depende de vários fatores: a idade do paciente, seu estilo de vida, a tolerância ao uso de anticoagulantes e sua expectativa de vida. Em geral, as válvulas biológicas são recomendadas para pacientes mais idosos ou com condições que dificultam o uso de anticoagulantes, enquanto as válvulas mecânicas são indicadas para pacientes mais jovens, especialmente aqueles que já utilizam anticoagulantes ou que não se importam em adotá-los. A Importância de Conversar com Seu Médico Antes de qualquer decisão, é fundamental discutir com seu médico todas as opções e entender os prós e contras de cada tipo de válvula. Essa decisão, tomada em conjunto com um especialista, pode determinar o caminho mais seguro e confortável para sua saúde e bem-estar.
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