Cirurgia para insuficiência cardíaca: entenda como funciona

Fernando Figueira • July 5, 2023

A insuficiência cardíaca é um quadro no qual o coração apresenta capacidade reduzida de funcionamento, com o bombeamento insuficiente de sangue, o que restringe a distribuição de oxigênio e nutrientes em nível celular.


Quando o quadro se agrava ou há uma ocorrência súbita (infarto agudo) a cirurgia para insuficiência cardíaca pode ser necessária para
sobrevida e restabelecimento da qualidade de vida do paciente.


Quando é necessária a cirurgia para insuficiência cardíaca?

A indicação da cirurgia para insuficiência cardíaca é realizada pelo cirurgião cardíaco após avaliação minuciosa e individual do caso.


O especialista vai considerar, por exemplo, as causas da insuficiência cardíaca, que podem ser, dentre outras:

  • Doença arterial coronária (DAC): geralmente relacionada ao processo de acúmulo de gordura nas artérias do coração (aterosclerose), impedindo o adequado fluxo sanguíneo;
  • Cardiomiopatia: quadros nos quais a deficiência cardíaca é resultado de alteração anatômica no miocárdio devido fatores congênitos ou lesões no músculo cardíaco.


Além das causas, a indicação da cirurgia para insuficiência cardíaca também
vai depender da manifestação do problema. Os sintomas incluem dor e aperto no peito, falta de ar, fadiga e inchaço (especialmente nas pernas).


O médico ainda vai considerar se outras abordagens menos invasivas não oferecem resposta adequada ao problema, como mudanças de hábitos e medicamentos.


Assim,
a indicação da cirurgia para insuficiência cardíaca ocorre quando outras abordagens menos invasivas são ineficazes.


Para que o paciente esteja apto, também é realizado o pré-operatório, que inclui exames que indicam o quadro geral de saúde.


Tipos de cirurgias para insuficiência cardíaca

Existem diferentes tipos de cirurgias para insuficiência cardíaca, sendo que a indicação do procedimento mais adequado ao caso vai depender sempre da avaliação individualizada realizada pelo cirurgião.


Revascularização do miocárdio

A cirurgia de revascularização do miocárdio, também conhecida como ponte de safena, é uma das principais técnicas cirúrgicas para casos de insuficiência cardíaca.


Nesse caso, utiliza-se uma artéria ou veia retirada de outro lugar – artéria mamária ou veia safena, geralmente – para criar uma via extra de bombeamento do sangue na região que está obstruída. 


Cirurgia valvar

Consiste na cirurgia para insuficiência cardíaca nos casos nos quais o mau funcionamento do coração deve-se a problemas no funcionamento das válvulas do coração, sendo possível o reparo ou substituição da válvula cardíaca disfuncional.


Ressincronização cardíaca

Em alguns casos, como de arritmia cardíaca, pode ser indicado recorrer aos dispositivos de terapia de ressincronização cardíaca (TRC).


A ressincronização cardíaca é recomendada nos casos em que a insuficiência cardíaca resulta em alterações nos impulsos elétricos do coração, ocorrendo contrações descoordenadas.


Dispositivos de assistência circulatória

Os pacientes com quadros crônicos de insuficiência cardíaca também podem ser candidatos ao uso do Suporte Circulatório Mecânico ou de dispositivos de assistência ventricular.


Esses recursos podem ser temporários ou definitivos, a depender do caso, ajudando o coração doente na tarefa de bombeamento e circulação sanguínea.


Essa opção pode ser temporária em casos de pacientes aguardando o transplante do coração ou até mesmo para transporte do paciente.


Transplante Cardíaco

A opção pelo transplante cardíaco como cirurgia para insuficiência cardíaca grave é considerada em casos nos quais não houve resposta satisfatória com outras abordagens. 


No transplante cardíaco o coração doente é substituído por um coração sadio doado por um doador falecido.


Como é feita a cirurgia?

A operacionalização da cirurgia para insuficiência cardíaca vai depender sempre do caso individual do paciente e das indicações médicas. Dessa forma, existem diferentes técnicas disponíveis à equipe médica de acordo com as particularidades do caso.


Em geral, utiliza-se anestesia geral, com tempo de internação de 2 a 14 dias, a depender da complexidade do procedimento.


No
pós-operatório o paciente será orientado a fazer repouso, tomar a medicação prescrita, que inclui antibióticos, anti-inflamatórios e analgésicos, manter a incisão cirúrgica limpa e seca e ter uma alimentação balanceada e saudável.


O retorno à rotina será progressivo, conforme o paciente sinta-se melhor. As atividades físicas, apesar de importantes à saúde cardíaca, deverão ser realizadas apenas após alta médica e com devido acompanhamento especializado.


O
acompanhamento cardiológico deverá ser regular após a cirurgia para insuficiência cardíaca, mesmo com a alta médica.


Riscos e complicações

Como qualquer procedimento cirúrgico, a cirurgia para insuficiência cardíaca também apresenta riscos e complicações que deverão ser ponderados entre médico e paciente ainda no pré-operatório. Eles incluem:

  • Sangramento durante ou depois do procedimento cirúrgico;
  • Infecções pós-operatórias, especialmente quando fizer uso de medicação imunossupressora na recuperação;
  • Complicações cardíacas, incluindo arritmias e fibrilação atrial;
  • Complicações pulmonares, como pneumonia e embolia pulmonar;
  • Acidente vascular cerebral (AVC) devido coágulos sanguíneos;
  • Insuficiência renal, de acordo com a necessidade de medicação pós-operatória;
  • Problemas na cicatrização, como má cicatrização, abertura dos pontos cirúrgicos e cicatriz inestética.


A indicação da cirurgia para insuficiência cardíaca sempre é feita considerando os riscos associados ao procedimento, sendo feita uma avaliação individualizada para ponderar se os possíveis ganhos superam os riscos existentes.


Resultados da cirurgia para insuficiência cardíaca

A cirurgia para insuficiência cardíaca, quando bem indicada, tem potencial de melhorar a qualidade de vida, especialmente ao aliviar quadros sintomáticos que estavam presentes anteriormente.


A expectativa após a cirurgia é que o paciente possa retomar suas atividades costumeiras em um período máximo de 3 a 6 meses, a depender do tipo de procedimento realizado.


Entretanto, a manutenção de hábitos saudáveis é indispensável ao paciente submetido à cirurgia cardíaca prévia, incluindo alimentação balanceada, prática regular de atividade física, sono de qualidade e supressão de hábitos nocivos, como tabaco e álcool.


Assim, além de aumentar a sobrevida do paciente acometido por cardiopatias, a cirurgia para insuficiência cardíaca é fundamental para a melhora da qualidade de vida desse público.


O Dr. Fernando Figueira possui
experiência e expertise em cirurgia cardíaca, como ponte de safena, cirurgia valvar, transplante cardíaco e Suporte Circulatório Mecânico, além de atuar com segunda opinião médica para pacientes que já têm indicação cirúrgica. Conheça mais sobre o Dr. Fernando e agende uma consulta.


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By Fernando Figueira March 31, 2025
A medicina está passando por uma revolução silenciosa, e a inteligência artificial (IA) é uma das protagonistas dessa transformação. Na cirurgia cardiovascular, área que lida com alguns dos procedimentos mais complexos e delicados do corpo humano, a IA está trazendo avanços que pareciam ficção científica há poucos anos. Desde o planejamento pré-operatório até a recuperação pós-cirúrgica, a tecnologia está ajudando a salvar vidas, reduzir complicações e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Neste artigo, vamos explorar como a IA está sendo aplicada na cirurgia cardiovascular, os benefícios já observados e o que esperar para o futuro. Planejamento cirúrgico com precisão milimétrica Um dos maiores desafios da cirurgia cardiovascular é o planejamento preciso de cada procedimento. A IA está revolucionando essa etapa ao analisar imagens médicas, como angiotomografias e ressonâncias magnéticas, com uma precisão impressionante. Algoritmos de IA conseguem mapear a anatomia do coração e dos vasos sanguíneos em detalhes, identificando áreas de risco, como placas ateroscleróticas ou malformações. Isso permite que o cirurgião planeje a abordagem mais segura e eficaz, reduzindo o tempo de cirurgia e os riscos de complicações. Por exemplo, em procedimentos como a colocação de stents ou a reparação valvar, a IA pode simular diferentes cenários e prever os resultados de cada abordagem, ajudando a equipe a escolher a melhor estratégia. Cirurgia robótica e assistida por IA A cirurgia robótica já é uma realidade em muitos centros de excelência ao redor do mundo, e a IA está tornando esses procedimentos ainda mais precisos. Robôs cirúrgicos, guiados por algoritmos de IA, permitem movimentos mais delicados e precisos do que as mãos humanas, especialmente em áreas de difícil acesso. Em cirurgias cardíacas minimamente invasivas , como a revascularização miocárdica ou a troca valvar, a IA ajuda a guiar os instrumentos com base em dados em tempo real, reduzindo o risco de danos aos tecidos circundantes. Além disso, sistemas de IA podem alertar o cirurgião sobre possíveis complicações durante o procedimento, como sangramentos ou alterações na pressão arterial. Monitoramento pós-operatório inteligente A recuperação pós-cirúrgica é uma fase crítica, e a IA está transformando a forma como monitoramos os pacientes. Dispositivos vestíveis (wearables) e sensores conectados à IA podem acompanhar sinais vitais, como frequência cardíaca, pressão arterial e níveis de oxigênio, em tempo real. Esses sistemas são capazes de detectar anomalias, como arritmias ou sinais de infecção, antes que se tornem problemas graves. Em alguns casos, a IA pode até sugerir ajustes na medicação ou no plano de recuperação, personalizando o cuidado para cada paciente. Um exemplo prático é o uso de algoritmos de IA para prever a ocorrência de fibrilação atrial pós-operatória, uma complicação comum após cirurgias cardíacas. Com essa informação, a equipe médica pode tomar medidas preventivas, como ajustes na medicação anticoagulante. Personalização do tratamento Cada paciente é único, e a IA está ajudando a criar planos de tratamento personalizados. Ao analisar grandes volumes de dados, como histórico médico, exames de imagem e até informações genéticas, a IA pode prever como um paciente responderá a diferentes tratamentos ou procedimentos. Por exemplo, em casos de insuficiência cardíaca, a IA pode ajudar a determinar se o paciente se beneficiaria mais de uma cirurgia de revascularização, de um dispositivo de assistência ventricular ou de um transplante cardíaco. Essa personalização não só melhora os resultados, mas também reduz custos e otimiza o uso de recursos hospitalares. Desafios e futuro Apesar dos avanços, o uso da IA na cirurgia cardiovascular ainda enfrenta desafios. Questões éticas, como a privacidade dos dados e a responsabilidade em caso de erros, precisam ser cuidadosamente discutidas. Além disso, a integração dessas tecnologias requer treinamento e adaptação por parte das equipes médicas. No entanto, o futuro é promissor. Tendências como a integração da IA com realidade aumentada e impressão 3D estão no horizonte, prometendo procedimentos ainda mais precisos e menos invasivos. Imagine um cirurgião usando óculos de realidade aumentada para visualizar, em tempo real, a anatomia do coração sobreposta ao paciente, com orientações da IA para cada movimento. A inteligência artificial já está transformando a cirurgia cardiovascular, trazendo mais precisão, segurança e personalização para os procedimentos. Enquanto os desafios existem, os benefícios são inegáveis, e o potencial para o futuro é imenso. Como profissionais da saúde, é nosso papel acompanhar essas inovações e garantir que sejam usadas de forma ética e eficaz para o benefício dos pacientes. A tecnologia não substitui o conhecimento e a experiência humana, mas certamente pode ampliá-los, ajudando a salvar mais vidas e a melhorar a qualidade do cuidado. Se você é um colega da área ou um paciente curioso sobre o futuro da medicina, continue acompanhando o blog para mais atualizações sobre os avanços que estão moldando a cirurgia cardiovascular. O futuro já começou, e ele é fascinante.
By Fernando Figueira March 24, 2025
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By Fernando Figueira February 21, 2025
A saúde cardiovascular é um tema que ganha cada vez mais relevância, especialmente quando falamos de doenças coronárias. Como cirurgião cardiovascular com vasta experiência em procedimentos coronários, vejo diariamente como a idade influencia o desenvolvimento e o tratamento dessas condições . Neste artigo, vou explorar a relação entre a incidência de doenças coronárias e a idade, além de discutir os tratamentos mais modernos e eficazes disponíveis hoje. A Influência da Idade nas Doenças Coronárias As artérias coronárias são responsáveis por levar oxigênio e nutrientes ao músculo cardíaco. Com o passar dos anos, é natural que essas artérias sofram alterações, como o acúmulo de placas de gordura (aterosclerose), que podem levar ao estreitamento ou bloqueio do fluxo sanguíneo. Estudos mostram que a incidência de doenças coronárias aumenta significativamente após os 45 anos em homens e 55 anos em mulheres. Isso ocorre devido a uma combinação de fatores, como envelhecimento vascular, diminuição da elasticidade das artérias e maior predisposição a condições como hipertensão, diabetes e colesterol alto. No entanto, é importante ressaltar que a idade não é um destino imutável. Com cuidados preventivos e tratamentos adequados, é possível manter a saúde coronária mesmo em idades mais avançadas. Tratamentos Modernos para Doenças Coronárias Como especialista em cirurgia cardiovascular, tenho acompanhado de perto os avanços no tratamento das doenças coronárias. Hoje, contamos com opções que vão desde procedimentos minimamente invasivos até cirurgias mais complexas, dependendo do caso. Abaixo, destaco as principais abordagens: 1. Angioplastia Coronária com Stent Um dos tratamentos mais comuns para desobstruir artérias coronárias é a angioplastia. Nesse procedimento, um cateter com um balão é inserido na artéria bloqueada para expandi-la, e um stent (uma pequena malha metálica) é colocado para manter o vaso aberto. Esse método é especialmente eficaz em pacientes com bloqueios moderados e pode ser realizado com técnicas minimamente invasivas. 2. Cirurgia de Revascularização Miocárdica (Ponte de Safena) Para casos mais graves, onde há múltiplos bloqueios ou artérias muito danificadas, a cirurgia de revascularização miocárdica, popularmente conhecida como "ponte de safena", é a opção mais indicada. Nesse procedimento, utilizamos enxertos de veias ou artérias do próprio paciente para criar um desvio (bypass) que contorna o bloqueio, restabelecendo o fluxo sanguíneo adequado ao coração. Essa é uma cirurgia que realizo com frequência e que tem altas taxas de sucesso, mesmo em pacientes idosos. Tratamentos Clínicos e Preventivos Além dos procedimentos cirúrgicos, é fundamental adotar um tratamento clínico personalizado, que inclui medicamentos para controle de pressão arterial, colesterol e diabetes, além de mudanças no estilo de vida, como dieta balanceada, exercícios físicos regulares e abandono do tabagismo. Essas medidas são essenciais tanto para prevenir o avanço da doença quanto para garantir uma recuperação eficaz após a cirurgia. Recuperação Pós-Cirurgia A evolução tecnológica tem revolucionado a cirurgia cardiovascular, permitindo procedimentos mais precisos e seguros. Hoje, utilizamos técnicas como a cirurgia robótica e a cirurgia minimamente invasiva, que reduzem o tempo de recuperação e os riscos associados, especialmente em pacientes idosos. Além disso, a recuperação pós-cirúrgica é uma fase fundamental, e investimos em protocolos de reabilitação cardíaca personalizados, que incluem monitoramento contínuo, exercícios supervisionados e ajustes medicamentosos. Esses cuidados garantem que o paciente retome suas atividades com segurança e qualidade de vida, independentemente da idade. Como cirurgião, é gratificante ver a transformação na vida dos pacientes após esses procedimentos, e reforço que a medicina atual oferece ferramentas poderosas para enfrentar as doenças coronárias com sucesso. A Importância de um Acompanhamento Personalizado Cada paciente é único, e o tratamento das doenças coronárias deve ser adaptado às suas necessidades específicas. Em minha prática, priorizo uma abordagem multidisciplinar, trabalhando em conjunto com cardiologistas, nutricionistas e fisioterapeutas para garantir o melhor resultado possível. A idade pode ser um fator de risco, mas com os cuidados certos, é possível viver com qualidade mesmo após um diagnóstico de doença coronária. Se você ou alguém próximo está enfrentando problemas coronários, não hesite em buscar ajuda especializada. A medicina moderna oferece soluções eficazes, e a cirurgia cardiovascular tem um papel crucial nesse processo. Como cirurgião dedicado a essa área, estou à disposição para esclarecer dúvidas e oferecer o melhor tratamento para cada caso.
By Fernando Figueira January 30, 2025
Nos últimos anos, o uso de substâncias hormonais tem se tornado cada vez mais comum entre pessoas em busca de uma melhoria no bem-estar , performance física ou até na aparência . Entre essas substâncias, os hormônios são amplamente utilizados, seja em terapias de reposição hormonal, seja como suplementos para ganho de massa muscular ou controle de peso. Embora essas substâncias possam oferecer benefícios em algumas situações, o uso indiscriminado e sem acompanhamento médico pode acarretar sérios riscos à saúde , especialmente à saúde cardiovascular. O Uso de Esteroides Anabolizantes e Seus Efeitos no Coração Esteroides anabolizantes são amplamente conhecidos por sua capacidade de aumentar a massa muscular e melhorar o desempenho físico, sendo bastante populares entre atletas e pessoas que buscam melhorar a aparência corporal. No entanto, esses hormônios podem ter efeitos adversos significativos no sistema cardiovascular. O uso prolongado de esteroides pode levar ao aumento da pressão arterial, um fator de risco bem estabelecido para doenças cardíacas, como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC). Além disso, os esteroides podem alterar os níveis de colesterol, com o aumento do colesterol LDL (considerado “ruim”) e a redução do colesterol HDL (considerado “bom”). Essa alteração no perfil lipídico contribui para a formação de placas nas artérias, um processo conhecido como aterosclerose, que aumenta ainda mais o risco de problemas cardíacos. Outro risco importante do uso de esteroides anabolizantes é a possibilidade de desenvolvimento de arritmias cardíacas, distúrbios no ritmo do coração que podem ser fatais em alguns casos. A hipertrofia cardíaca, caracterizada pelo aumento do tamanho do coração, também é um efeito potencial dos esteroides, o que pode prejudicar a função do órgão e aumentar o risco de insuficiência cardíaca a longo prazo. Reposição Hormonal: Benefícios e Riscos Cardiovasculares A reposição hormonal é frequentemente indicada para mulheres na menopausa, com o objetivo de reduzir os sintomas dessa fase da vida, como ondas de calor, alterações de humor e perda de densidade óssea. Embora a terapia hormonal, que inclui estrogênio e progesterona, possa melhorar a qualidade de vida em muitas mulheres, ela não está isenta de riscos, especialmente no que diz respeito à saúde cardiovascular. Esse risco é maior em mulheres que iniciam a terapia após os 60 anos ou que possuem outros fatores de risco cardiovascular, como obesidade e hipertensão. Embora o estrogênio tenha sido associado a uma possível proteção contra doenças cardíacas em mulheres mais jovens, o uso indiscriminado ou sem acompanhamento médico pode reverter esses benefícios, especialmente no que diz respeito ao aumento da pressão arterial e alterações nos níveis de colesterol. A testosterona, que também é utilizada em homens para reposição hormonal, pode ter efeitos semelhantes, alterando os níveis de lipídios e favorecendo o aparecimento de doenças cardíacas.  A Importância do Acompanhamento Médico O uso de hormônios, seja para ganho de massa muscular, reposição hormonal ou outros fins, deve ser sempre orientado por um médico. A consulta médica é fundamental para avaliar os riscos individuais, levando em conta fatores como idade, histórico de doenças cardiovasculares, hábitos de vida e o uso de outros medicamentos. A automedicação, especialmente no caso de hormônios, pode ter consequências graves para a saúde cardiovascular e o bem-estar geral do indivíduo. Além disso, a utilização desses hormônios deve ser parte de um plano de saúde integral, que envolva uma alimentação balanceada, prática regular de atividades físicas e acompanhamento médico constante. O equilíbrio é a chave para garantir que os benefícios sejam aproveitados sem comprometer a saúde do coração. O uso de substâncias hormonais pode, de fato, trazer benefícios em algumas situações, mas também apresenta riscos significativos para a saúde cardiovascular. Seja para melhorar a performance física, para a reposição hormonal em casos de menopausa ou para o controle do peso, é essencial que qualquer terapia hormonal seja conduzida com acompanhamento médico adequado. Cuidar da saúde do coração deve ser uma prioridade em qualquer fase da vida. A conscientização sobre os riscos associados ao uso indiscriminado de hormônios é essencial para prevenir complicações e garantir um envelhecimento saudável e seguro. Se você está pensando em iniciar qualquer tipo de terapia hormonal, converse com um médico e certifique-se de que está tomando decisões informadas e responsáveis para sua saúde e bem-estar a longo prazo. Estudos têm mostrado que a terapia de reposição hormonal pode aumentar o risco de trombose, que é a formação de coágulos sanguíneos, que podem migrar para os pulmões (embolia pulmonar) ou para o cérebro (causando AVC).
By Fernando Figueira January 16, 2025
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By Fernando Figueira December 31, 2024
Nos últimos anos, o uso de cigarros eletrônicos, conhecidos como vapes, tornou-se uma tendência, especialmente entre os jovens. Vendidos como uma alternativa "mais segura" ao cigarro convencional, os vapes muitas vezes são subestimados quanto aos seus riscos. Contudo, pesquisas recentes têm demonstrado que o uso frequente de vapes pode ter impactos significativos na saúde cardiovascular, além de afetar outros órgãos. Este texto explora esses efeitos, utilizando dados científicos e exemplos práticos para alertar sobre os perigos desse hábito. Impactos na Saúde Cardíaca Um dos principais riscos do vape para o coração está relacionado à nicotina, presente em altas concentrações na maioria dos dispositivos. A nicotina é uma substância vasoconstritora, o que significa que ela reduz o diâmetro dos vasos sanguíneos, aumentando a pressão arterial e a frequência cardíaca. Estudos publicados no Journal of the American College of Cardiology indicam que o uso de vapes está associado a uma maior rigidez arterial, aumentando o risco de hipertensão, infarto do miocárdio e insuficiência cardíaca. Além disso, o vapor emitido pelos dispositivos contém compostos tóxicos, como aldeídos e metais pesados, que causam inflamação e estresse oxidativo no sistema cardiovascular. Essa combinação pode levar à formação de placas de gordura nas artérias, contribuindo para a aterosclerose, uma das principais causas de doenças coronarianas. Danos a Outros Órgãos Os problemas não param no coração. O uso de vapes também é prejudicial para outros órgãos como: Pulmões: Estudos mostram que o vapor pode causar inflamação pulmonar e aumentar o risco de doenças como bronquite e pneumonite. Cérebro: A nicotina afeta o sistema nervoso central, podendo levar à dependência e ao aumento de comportamentos de risco, especialmente em jovens. Fígado e rins: Metais pesados presentes no vapor, como cádmio e chumbo, podem se acumular nesses órgãos, prejudicando seu funcionamento ao longo do tempo. Um estudo de caso publicado em 2023 descreveu um jovem de 25 anos, usuário regular de vape, que apresentou dores no peito e falta de ar. Após exames, foi diagnosticado com miocardite, uma inflamação do músculo cardíaco, o miocárdio, que pode comprometer seriamente a capacidade do coração de bombear sangue adequadamente. Essa condição é geralmente associada a infecções virais, doenças autoimunes ou uso de substâncias tóxicas. Os líquidos utilizados no vape contêm nicotina, produtos químicos aromatizantes e outros componentes que, quando inalados, podem desencadear respostas inflamatórias no organismo. Acredita-se que as partículas químicas inaladas através do vape podem desencadear uma resposta imunológica exagerada no coração, levando à miocardite. Além disso, o estresse oxidativo gerado pelas substâncias do vape pode danificar as células do miocárdio, resultando em inflamação. Prevenção é o melhor caminho Evitar o uso de vapes é uma medida essencial para proteger a saúde do coração, especialmente para os mais jovens. Embora sejam frequentemente comercializados como uma alternativa "mais segura" ao cigarro convencional, os impactos do vape na saúde a longo prazo, incluindo no sistema cardiovascular, ainda estão sendo descobertos. Como cirurgião cardiovascular, ressalto a importância de adotar hábitos saudáveis e buscar orientação médica ao primeiro sinal de desconforto cardíaco. Lembre-se: o coração é um órgão essencial e merece cuidados especiais para uma vida longa e saudável. Se você utiliza vape e tem dúvidas sobre sua saúde cardíaca, agende uma consulta para avaliar sua condição e discutir as melhores opções para cuidar do seu coração.
By Fernando Figueira December 26, 2024
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By Fernando Figueira November 29, 2024
O avanço da tecnologia tem transformado a forma como monitoramos e cuidamos da saúde do coração. Desde dispositivos portáteis até soluções avançadas de inteligência artificial, as ferramentas modernas permitem diagnósticos mais rápidos e precisos, melhorando a qualidade de vida e prevenindo complicações graves, como infartos e arritmias. Neste artigo, abordaremos algumas das principais inovações em monitoramento cardíaco e como elas estão mudando o cuidado com a saúde.
By Fernando Figueira November 11, 2024
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By Fernando Figueira October 24, 2024
A substituição de válvulas cardíacas é uma das intervenções mais importantes e, ao mesmo tempo, complexas que podemos realizar para salvar vidas e melhorar a qualidade de vida de nossos pacientes. Para muitos, essa decisão vem acompanhada de uma escolha fundamental: optar por uma prótese biológica ou uma prótese mecânica? Próteses Biológicas As próteses biológicas são feitas a partir de tecidos animais, como de porcos ou vacas, e são tratadas para que possam ser utilizadas no corpo humano. Elas se comportam de maneira semelhante às válvulas naturais e oferecem a grande vantagem de não exigir que o paciente tome anticoagulantes regularmente. Isso faz com que sejam ideais para pessoas mais velhas ou para aquelas que têm um risco elevado de complicações com medicamentos anticoagulantes. Entretanto, as válvulas biológicas têm um tempo de vida limitado. Após cerca de 10 a 15 anos, pode ser necessário substituir a prótese, o que pode implicar em uma nova cirurgia. Próteses Mecânicas Já as próteses mecânicas são construídas com materiais extremamente duráveis, como metal e carbono, e podem durar a vida inteira. Elas são altamente recomendadas para pacientes mais jovens, que podem ter muitos anos de vida pela frente e que, portanto, não precisariam passar por uma nova cirurgia de troca valvular. No entanto, como essas válvulas não imitam os tecidos naturais, há um risco maior de formação de coágulos. Por isso, os pacientes que optam pela válvula mecânica precisam tomar anticoagulantes diariamente, monitorando sua coagulação de perto para evitar complicações. Qual a Melhor Escolha? Não há uma resposta universal para essa pergunta. A escolha entre uma válvula biológica ou mecânica depende de vários fatores: a idade do paciente, seu estilo de vida, a tolerância ao uso de anticoagulantes e sua expectativa de vida. Em geral, as válvulas biológicas são recomendadas para pacientes mais idosos ou com condições que dificultam o uso de anticoagulantes, enquanto as válvulas mecânicas são indicadas para pacientes mais jovens, especialmente aqueles que já utilizam anticoagulantes ou que não se importam em adotá-los. A Importância de Conversar com Seu Médico Antes de qualquer decisão, é fundamental discutir com seu médico todas as opções e entender os prós e contras de cada tipo de válvula. Essa decisão, tomada em conjunto com um especialista, pode determinar o caminho mais seguro e confortável para sua saúde e bem-estar.
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